Pensando um pouco mais com calma, considerando a dimensão de coisas que a realização de um trabalho destes envolve, talvez incluindo aí também uma questão de demanda - de galeristas, curadores, colecionadores,etc- que uma artista que tenha a projeção que ela parece ter deve ter que lidar, ou ainda o próprio processo de criação em si, vejo algumas possibilidades para isso. Pode ser que esta repetição seja como aquelas fases em que achamos que estamos repetindo um pensamento,um processo, mas na verdade ele está apenas se desenvolvendo lentamente, sem que tenhamos como nos dar conta disso de imediato. O que faria de sua produção uma espécie de work in progress compartilhada com o público -e precisa ser assim? e será que tem algum problema nisso? Ou simplesmente este viés tenha sido mais aceito no meio artístico em que ela circula, recebendo assim mais atenção por parte da artista. Afinal, arte também é mercadoria...
Pelo que pude entender ela estudou, entre outros, com a Marina Abramovich, sua pesquisa começou a partir da performance e foi se encaminhando para as instalações. Nestas, ainda fica evidente a relação corpo-espaço, evocando a da ausência deste corpo - isto é algo que me interessa bastante; acho potente como ideia e pode ser esteticamente belo também.
No caso das obras da Chiharu, outra coisa que me interessou foram as modificações no espaço que a artista provoca -desenho no espaço; talvez tenha começado a me interessar a partir deste ponto de vista- e os trabalhos com vestidos de mulheres - qual será a conversa que ela está propondo? Seja como for, gostaria de ver ao vivo estas obras.