domingo, 12 de junho de 2011

Memorial Afetivo

Meses atrás comprei um novo caderno de desenho pra mim.
A intenção inicial era apenas ter material em mãos para que pudesse me manter desenhando por aí, conforme minha necessidade.Eu havia comprado também uma caneta preta, com uma tinta mais fluida que das canetas esferográficas, na intenção de variar um pouco o tipo de material usado pra riscar. 
O resultado disso é que acabei me encantando pelo traço da caneta, que me reportou a  um traço mais limpo e direto que delimita as formas,  uma característica que meu desenho já possuía,  ao meu ver. Ando afim de quebrar isto um pouco, vejamos se até o fim do caderno consigo.... 
Fiz os primeiros três desenhos e deixei um pouco de lado, até que um dia uma amiga perguntou como andava o caderno, resolvi rever e percebi que estes desenhos já haviam se tornado registro de algo que fazia parte de momentos especiais, afetivos, e resolvi daí por diante seguir por este caminho e dar esta finalidade ao caderno.
As imagens que se seguem  a partir do terceiro desenho são provocadas pela memória, um procedimento que não fazia desde antes de entrar pra faculdade. Está me parecendo que o desenho fica um pouco menos expressivo do que o habitual desenho de observação e está me levando pra um tipo de pensamento que é mais simbólico. É uma simbologia pessoal que está sendo articulada pra construção de uma narrativa ainda não muito clara para mim, mas sinto que será um processo frutífero.
É um trabalho mais "ilustrativo", beira o piegas, um pouco terapêutico, mas que está me fazendo bem realizar. É bom sentir esta liberdade de fazer teu trabalho "independentemente de." Acho saudável.
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3 comentários:

  1. então, Pá, não sei se o desenho está mais ilustrativo, tem um pouco de humor...

    acho que tá mais limpo e mais narrativo, uma narrativa de pensamentos.

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  2. lendo isso fico pensando numa porção de coisas, de como aconteceu comigo as questões que você descreve de você. antes do ia minha relação com a imagem era mais simbólica. penso: será que o desenho de observação por um lado deixou a coisa toda mais mental? o símbolo estava lá mas era por si só que tinha de aparecer, eu não abria muito caminho pra ele? foi depois de vir pra bh que ele destampou de vez e me lembrei muito do que fazia "antes"...vou continuar pensando...
    fiquei anos numa caneta dessas, rs, delícia...

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  3. pois é, Dani...
    Tenho intuído que esse caminho da simbolização "mais direta" digamos assim é o que vai me levar pra desenvolver questões que sejam produtivas pro prosseguimento do meu trabalho. Estou me deixando levar...
    Fico lembrando daquelas discussões infinitas do IA sobre representar e apresentar. Acho que pra um trabalho ser bom hoje em dia (ou pelo menos os que me interessam) precisa estar no meio do caminho entre os dois. Tenho achado que ter retomado a gravura recentemente me levou mais rapidamente pra este tipo de relação com a imagem. Em breve vou postar algumas xilos aqui e vamos prosseguindo com as reflexões... =)

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